domingo, 11 de abril de 2010

pontos cantados

001-GUERREIRO DA MATA

Sou filho do Vento da Mata,
Do Vento que vem e que vai,
Ossanha me olhe e me ajude,
Oxossi que é o meu Pai.

Guerreiro da Mata eu sou,
A vida me ensina a viver,
Sou filho do Vento da Mata,
Coragem se tens vem me ver.

Sou filho do Vento da Mata...

A lança que eu trago eu fiz,
Meu arco não atira em vão,
Na mata onde eu sou feliz,
Levo sempre um escudo na mão.

Sou filho do Vento da Mata...

Guerreiro de Tribo Valente,
A brisa da mata é meu ser,
Coragem eu trago na frente,
Que Oxossi me dá pra vencer.

Sou filho do Vento da Mata...

002-O LÍRIO DO CABOCLO

O lírio, o lírio ê, o lírio, o lírio ê,
O lírio, o lírio ê, o lírio. (bis)

O lírio é uma flor tão linda,
Que enfeita o Jurema.
Seu Serra Negra apanhou,
O seu bodoque e a sua flecha,
Sua ema foi caçar.
Atravessou toda a floresta,
Numa noite de luar. (bis)

O lírio, o lírio ê, o lírio, o lírio ê, o lírio, o lírio ê, o lírio. (bis)

003-OXOSSI

Quem manda na mata é Oxossi,
Oxossi é caçador,
Oxossi é caçador. (bis)
Eu vi meu pai assobiar,
Ele mandou chamar. (bis)
É na Aruanda auê!
É na Aruanda auá! (bis)
Seu Pena Verde de Umbanda,
Ele mandou chamar. (bis)

004-DEBAIXO DA GAMELEIRA

Oxossi mora debaixo da Gameleira,
Debaixo da Gameleira,
Salve Rompe Mato,
Salve Arranca Toco,
Salve o Tira Teima,
Ele é Caboclo,
Em qualquer lugar,
Firma seu ponto,
Sem medo de errar,
Só não me toque,
Nas palmas da Jurema,
Sem a Lei Suprema,
Do Pai Oxalá.

005-EU VI AMARRADAS SUAS MÃOS

No tronco de uma árvore eu vi,
Eu vi amarradas suas mãos...(bis)
Era Oxossi o Rei das Matas,
O meu glorioso São Sebastião.(bis)

006-COM A PEMBA NA MÃO

Cacique Oxossi é Rei lá no sertão,
Baixou nessa Ceara,
Com a pemba na mão.(bis)
Ensina os teus filhos a girar,
Ensina os teus filhos a girar.(bis)

007-O SEU PONTO EU VOU CANTAR

Oxossi ê ê
Oxossi ê a!
Ele é o dono das matas,
Onde canta o sabiá. (bis)

Pena Branca mandou lhes chamar,
Jaguarema e Tupinambá.
Oi lá nas matas onde canta a Iracema,
Pra Oxossi e pra Jurema,
O seu ponto eu vou cantar!

008-OXOSSI ASSOBIOU

Oxossi assobiou,
Oi lá no Humaitá! (bis)
É Ogum quem está de ronda,
Cavaleiro de Oxalá, (bis)

É Ogum quem está de ronda,
Na porta desse Conga. (bis)
Ele só da entrada,
Para os filhos de Oxalá. (bis)

009-PENA VERDE DE UMBANDA

Quem manda na mata é Oxossi,
Oxossi é caçador!
Oxossi é caçador! (bis)

Eu vi meu Pai assobiar,
Ele mandou chamar:

É de Aruanda é!
É de Aruanda a!
Seu Pena Verde de Umbanda,
Ele mandou chamar (bis)

010-CABOCLO PENA BRANCA

Pena Branca!.
Pena Branca!.
Tem penas para voar!.(bis)
Ele vem pra ver seu povo!.
E volta pra Oxalá... (bis)

011-PAI PENA BRANCA

Okê Caboclo!.Okê Caboclo!.
Pai Pena Branca da raiz do Urucá. (bis)

Quanta beleza!.
Pai Pena Branca,
É um bamba no Congá,
Seu Pai Tupã,
Que é Rei das Matas,
Que lhe dê forças,
Pra sempre nos ajudar.

Okê Caboclo!.Okê Caboclo!.
Pai Pena Branca da raiz do Urucá. (bis)

E nos meus versos!.
Eu ofereço toda a minha gratidão,
Grito bem alto, Okê Caboclo!.
Pai Pena Branca mora no meu coração.

012-CABOCLO ARRANCA TOCO

Caboclo Arranca Toco,
A tua luz é minha guia,
Tu és Oxossi,
És filho da Virgem Maria,
A tua luz ilumina no escuro,
Todos os filhos do Terreiro,
Estão seguros.
013-CABOCLO VENTANIA
Jurema sua flecha caiu,
E ninguém sabe,
E ninguém viu,
Eu vou chamar,
O Caboclo Ventania,
Só ele sabe,
Onde a flecha caiu.

014-CABOCLO VENTANIA

Ogã segura o toque,
Com Deus e Virgem Maria, (bis)
Pôr Oxalá, meu Pai,
Saravá seu Ventania. (bis).

015-CABOCLO VENTANIA

Oi, rouxinol ventania,
Rouxinol, ventania.
Na raiz da arucáia,
Sua cobra é um segredo,
Ele mora no lajedo,
Sentado na beira-mar.

016-CABOCLA JANDIRA

Quem quer viver sobre a terra,
Quem quer viver sobre o mar,
Salve a Cabocla Jandira,
Salve a Sereia do Mar.
Oê, oê, oê..oê, oê, oa..
Oê, oê, oê..Jandira. (bis)

017-CABOCLA JUREMA TRONQUEIRA

A Estrela d'Alva lá no céu apareceu,
As matas de Oxossi iluminou... (bis)
Jurema Tronqueira!.
Saia das matas com seus filhos,
O Juremedo. (bis)

Cabelos longos, olhar distante,
Sua galera enternecida, o Juremedo,
Jurema Tronqueira!.
Saia das matas com seus filhos,
O Juremedo. (bis)

018-CABOCLA JUREMA FLECHEIRA

Jurema é flecheira,
Quem é que diz que não...
É flecheira do fundo do mar,
Da Falange de Ubiratã.

019-CABOCLA JUREMA

Lindo cocar de pena,
Que ganhou,
A Cabocla Jurema!.
Quem lhe deu,
Foi meu Pai Oxalá!...
Oê, oê, oá..(bis)

020-CABOCLA JUREMINHA

Ô Jureminha,
Urubatão está chamando...
Na sua mata virgem,
Uma coral piou... (bis)

Ôi firma o ponto Jurema,.
Rainha do Juremá.
Ela é a Cabocla,
Filha de Tupinambá. (bis)

021-CABOCLA JUREMA

Cidade de Jurema teve um tiroteio,
Sua cabana ela abandonou. (bis)
Oi Juremê, oi Juremá,
O Rei das Matas mandou lhe chamar.
(bis)

022-TRÊS CAPACETES DE PENA

Eu já mandei,
Eu já mandei fazer,
Três capacetes de penas. (bis)
Um é pra Jupira,
Outro pra Jandira,
E o outro?
E o outro é pra Jurema. (bis)

023-COMPANHEIROS DA JUREMA

Companheiros da Jurema,
Não deixem,
Não deixem, suas matas sozinhas. (bis)
Lá tem coisas,
Lá tem coisas preciosas,
E a Jurema,
E a Jurema é a Rainha. (bis)

024-CHAMADA GERAL DE CABOCLOS
POVO DA JUREMA

Oxalá chamou!
Oxalá chamou!
E já mandou buscar,
Os Caboclos da Jurema,
Oi lá no Juremá. (bis)

Meu Pai Oxalá!
Ele é o Rei do Mundo inteiro,
E já deu ordens pra Jurema,
Mandar seus capangueiros.

Mandai! Mandai!
Mandai! Mandai!
Minha Cabocla Jurema,
Os seus guerreiros,
Essa é a ordem suprema. (bis)

Oxalá chamou! .

025-CAÇADORA DE FEITICEIRA
Ela é cabocla,
Ela é flecheira,
Bumba na calunga,
É caçadora de feiticeira,
Bumba na calunga,
Oi ela vai firmar seu ponto,
Bumba na calunga,
Oi vai firmar lá na Angola.
Bumba na calunga.

026-FILHA DE TUPI
No meio da mata virgem.
Uma linda cabocla eu vi. (bis)
Com seu saiote de penas,
Era a Jurema, filha de Tupi,

Jurema, Jurema, Jurema,
Era a Jurema, filha de Tupi,
Ela veio lá do Juremá,
Vem firmar seu ponto,
Nesse Congá. 027-JUREMA DO JUREMÁ O Jureminha, Jurema do Juremá,
Sua flecha caiu serena, Jurema,
Dentro desse congá! (bis)

Salve Ogum, que está de ronda,
Salve Cosme e Damião,
Salve a Cabocla Jurema,
Que nos trás a proteção,
O Jurema.
028-SEU REI É XANGÔ Bamba ruê,
A terra é de Jurema!.(bis)

Seu grito é muito forte,
O machado tem bom corte,
O leão veio das matas,
Seu Rei é Xangô.

029-JUREMA FOI CAÇAR
Leão nas matas urrou,
Jurema foi caçar,
Jurema é caçadora,
Seu pai foi trabalhar,
Jurema é caçadora,
Que veio saravá.

030-SALVE O SEU JUREMÁ

Lá na Jurema,
Debaixo de um pé de Ingá,
Lá onde a lua clareia os caboclos,
Eu vi o seu Pena Branca passar. Jurema, Jurema, Salve o seu Juremá. (bis)

031-É UMA CABOCLA JUREMA Queria ver um sabiá cantar,
Mas não é um sabiá que está cantando,
É uma cabocla Jurema,
Que está assobiando. (bis)

Vem Jurema!
O Jureminha, o Juremá,
Vem nesse terreiro,
Pros seus filhos ajudar. (bis)

Como são lindos os cabelos da Jurema,
A luz brilhante do seu olhar,
Ela é Jurema da Mata Virgem,
Veio no Reino pra trabalhar.

032-CABOCLO SETE FLECHAS

Jurema sua flecha caiu,
E ninguém sabe e ninguém viu,
Eu vou chamar o Caboclo Sete Flechas,
Só ele sabe aonde a flecha caiu.
A flecha que subiu no ar e caiu no mar,
Onde estava Iemanjá,
A flecha caiu tão serena,
Que riscou o ponto da Cabocla Jurema.

033-CABOCLO SETE FLECHAS

Eh rerê!...rerê, rerê, rerê, rerê, rerá! (bis)

Saravá seu Sete Flechas,
Ele é o Rei da Mata,
Quando seu bodoque atira...
Caramba!...
Sua flecha mata. (bis)

Eh rerê!...rerê, rerê, rerê, rerê, rerá! (bis)
Caboclo Sete Flechas no Conga. (bis)

034-SETE FLECHAS DE UMBANDA

Naquela aldeia, tem sete coqueiros,
Tem sete cobras, todas a piar. (bis)
Ele se chama,
Sete Flechas de Umbanda,
Sua mironga é lá do Juremá. (bis)

035-CABOCLO PENA VERDE

Um grito lá na mata ecoou,
Foi seu Pena Verde quem chegou. (bis)
Com sua flecha, com seu cocar,
Seu Pena Verde vem nos ajudar. (bis)

036-SAUDAÇÃO DE CABOCLO

Caboclo não tem caminho,
Para caminhar. (bis)
Caminha pôr cima da folha,
Pôr baixo da folha,
Em todo lugar.
Okê Caboclo!... (bis)

Que lindo pisar que tem os caboclos,
Pisando na areia no rastro dos outros,
Salve Iemanjá e salve a Sereia,
Salve os Caboclos que pisam na areia. (bis)

037-CABOCLO TUPINAMBÁ

Tupinambá, Tupinambá,
Filho de Umbanda,
Tupinambá, Tupinambá,
Venceu demanda,
Tupinambá, Tupinambá,
Chefe guerreiro,
Tupinambá, Tupinambá,
Vem no Terreiro.

038-CABOCLO TUPINAMBÁ

Estava na beira do rio,
Sem poder atravessar,
Chamei pelo Caboclo,
Caboclo Tupinambá... (bis)

Tupinambá chamei, chamei...
Tornei chamar e a!... (bis)

039-NO BOTOQUE DE TUPINAMBÁ

No alto da Serra Morena,
Eu vi uma coral piar,
Piava porque estava presa,
Amarrada no botoque de Tupinambá.
Piou, pediu a Lei Nagô,
Piou, pediu a Lei Nagô,
Trazia um tira teima na testa,
Sinal de caboclo, ele ali girou.

040-CABOCLO DA MATA VÍRGEM

Caboclo da mata virgem,
Da mata cerrada, lá da Juremá,
Quem manda na mata é Oxóssi,
Quem manda no Céu é Oxalá. (bis)
Rê, rê, rê, Caboclo,
Quero ver girar,
Quero ver Caboclo,
Na Umbanda arriar. (bis)

041-NA SUA ALDEIA

Na sua aldeia, onde ele é Caboclo,
É Rompe Mato, é Arranca Toco. (bis)
Na sua aldeia, lá na Jurema,
Não se faz nada, sem a Lei Suprema.
(bis)

042-CABOCLO TUPIMIRIM

Tupimirim auê, Tupinambá!...
Arranca Toco,
Traz a Jurema pra cá,
Mãe Iara, Mãe Sereia,
Jurema vem trabalhar. (bis)

043-CABOCLO ROXO

Caboclo Roxo,
Da cor morena,
Ele é Oxóssi,
É caçador lá da Jurema. (bis)
Ele jurou, ele vai jurar,
Pelos conselhos,
Que a Jurema vem dar. (bis)

044-CACIQUE GUARANI

Aí vem chegando, o Cacique Guarani,
Ó Deus permita, que ele venha até aqui,
Salve Tupã, salve Iara e Potí,
Salve Tupi, e viva o Guarani.
Salve o luar, salve o sol,
Salve o cruzeiro,
Salve o Guarani que baixou,
Nesse terreiro.

045-CABOCLO SUA MATA É VERDE

Caboclo a sua mata é verde,
É verde como a cor do mar. (bis)
Mas ele é casuté da Jurema,
Ele é casuté da Jurema,
Ele é casuté da Jurema, é Naruê.

046-ENCRUZA A ESPADA E A LANÇA

Encruza a espada e a lança,
Lá no reino da Jurema. (bis)

Ele é Rompe Mato, Ogum,
Ele é Rompe Mato, Ogum,
Ele é Rompe Mato, Ogum,
Que vem com seu Tira Teima.

047-CABOCLO PENA VERDE

Seu Pena Verde quando vem da aldeia,
Vem trazendo pemba,
Pra salvar filhos de Umbanda,
Ele é caboclo, ele é flecheiro,
Ele é de Oxóssi, ele é caçador.
Seu Pena Verde,
É um caboclo flecheiro,
Ele é cacique, ele é guerreiro,
Ele vem girando, ele vem assobiando,
Sua flecha atirando, ele vem caçando,
Ele é o Rei das Matas, lá na Aruanda,
Ele vem na Terra,
Pra salvar filhos de Umbanda.

048-CABOCLO XAPANÃ

Xapanã,
Vem descendo de Aruanda,
Trazendo pemba pra salvar,
Filhos de Umbanda,
Ele é caboclo,
É flecheiro atirador,
Lá na Aruanda Xapanã,
É um vencedor. (bis)

049-UBIRAJARA PEITO DE AÇO

Corta mironga!
Corta senhor!
Corta língua de falador!
Pôr onde ele passa,
Não tem embaraço,
Chegou Ubirajara Peito de Aço.
O seu saiote,
Tem pena dourada,
Seu capacete,
Brilha na alvorada.

050-CABOCLO UBIRAJARA

Que penacho é aquele?
Que penacho é aquele?
É de arara!
Vem rompendo a mata virgem,
Vem rompendo a mata virgem,
É o Caboclo Ubirajara,
O seu saiote,
Tem pena dourada,
Seu capacete,
Brilha na alvorada.

051-CABOCLO OGUM DAS MATAS

Que cavaleiro é aquele ,
Que vem cavalgando pelo céu azul,
É Caboclo Ogum das Matas,
Que vem defendendo o Cruzeiro do Sul.
Ererê, o cangira, êrerá,
Ererê, o cangira, pisa na Umbanda (bis)

Seu Cangira é Rei de Umbanda,
Seu Cangira vem saravá,
Seu Cangira trás para os filhos,
A proteção de Oxalá, seu Cangira,
Ererê, ô cangira, êrerá,
Ererê, seu Cangira pisa na Umbanda.
(bis)

052-CABOCLA IARA

Estrela, Sol e Lua,
Que clareia o Juremá ( bis)
Oi que valham-me todos os Caboclos,
De flecha e botoque,
Oi que me valha Iara. (bis)

053-CABOCLO GRAJAÚNA

Eu sou caboclo, eu sou Tamoio,
Eu venho lá de Aruanda,
Eu sou caboclo, eu sou Tamoio,
Eu venho lá de Aruanda,
Eu sou caboclo,
O meu nome é Grajaúna,
Eu sou Tamoio,
Eu sou Guerreiro de Umbanda,
Eu sou Tamoio,
Eu sou Guerreiro de Umbanda.

054

CABOCLO ROMPE MATO
Saudação

Hoje tem alegria,
No terreiro de meu pai! (bis)
Saravá seu Rompe Mato,
Que ele é chefe de gongá...(bis)
Embala eu babá!...
Embala eu!...
Embala eu babá!...
Embala eu!...(bis)

055-CABOCLA IRACEMA

Iracema vem descendo de Aruanda,
Trazendo pemba pra salvar filho de
Umbanda,
Ela é cabocla, flecheira e atiradora,
Lá na Aruanda Iracema é vencedora.

056-FALANGE DE OXÓSSI

Das minhas matas venho chegando,
Com minhas cachoeiras descarregando,
Das minhas marolas venho trabalhar,
Com minhas falanges descarregar.
Ai, minhas flechas,
Ai, meu guiné,
Ai meu Jesus, de Nazaré. (bis)

057-CABOCLO GIRASSOL

Gira, gira, gira,
Minha estrela no arrebol,
Vem chegando, vem girando,
O Caboclo Girassol. (bis)

058-OXÓSSI CACHOEIRINHA

A trovoada lá no céu roncou,
A água na cachoeira rolou,
Oi saravá seu Cachoeirinha,
Oi saravá meu Pai Xangô. (bis)

059-OXÓSSI DE PEMBA –VENTANIA

Óh ! Cadê a ôro pemba,
Os meus caboclos pemba. (bis)

Veado no mato é corredor,
Oxóssi no mato é caçador,
Cadê o Caboclo Ventania,
Esse caboclo é o maior do dia. (bis)

Óh ! Cadê a ôro pemba,
Os meus caboclos pemba. (bis)

Veado no mato é corredor,
Oxóssi no mato é caçador,
Cadê o Caboclo Ventania,
Que até agora não chegou. (bis)

060-TUPINAMBÁ

Lá na mata tem guiné,
Tupinambá se ajoelhou, ô, ô, ô,...
Com sua flecha na mão,
Pedindo força e proteção.

Ao passar da meia-noite,
Um clarim eu vi tocar,
São guerreiros de Aruanda,
Vem saudar Tupinambá. (bis)

061-PANTERA NEGRA
(Na linha de Oxóssi)

Ele é Oxóssi da mata virgem,
E ele vem com seu florete na mão,
Ele vem abençoar seus filhos,
Que aqui vieram pedir proteção. (bis)
Avança, avança, lanceiro,
Com seu florete na mão,
Quem não conhece o Pantera Negra,
Ele é o chefe de toda a legião.

062-SETE FLECHAS

Na mata virgem o sabiá cantou,
A Estrela lá no céu brilhou,
Oh! Poranga,
Ele é o Rei dos Caçadores,
Ele é o Rei do Juremá.
Saravá seu Sete Flechas,
Ele é o dono de Gongá.
Ê, ê, ê, á...
Ogum venceu demanda,
Nos campos de Humaitá (bis)

063-FESTA NA MATA
(Na irradiação de Oxóssi e Pantera Negra)

Pantera Negra coroou,
Seu Sete Flechas na floresta.
E nesse dia toda a mata,
Era uma cidade em festa,
E os caboclos se enfeitaram,
Com a folha da guiné.
E os caboclos curiaram,
A chamar Quibandeodé,
Oh! Quibandeodé,
Oh! Quibandeodé,
Oh! Quibandeodé,
Oh! Quibandeodé.

064-OXÓSSI CAÇADOR

Quem manda na mata é Oxóssi,
Oxóssi é caçador,
Oxóssi é caçador,
Eu vi meu pai assobiar,
Ele mandou chamar:

Vem da Aruanda ê,
Vem da Aruanda á,
Seu Pena Branca (Verde) de Umbanda,
Vem da Aruanda. (bis)

065-OXÓSSI

Eu corri terra, eu corri mar,
Até que cheguei no meu país.
Oh! Viva Oxóssi na sua mata,
Que a folha da Jurema ainda não caiu.

066-NÃO SE TOCA

Ai não me toque na espada de Ogum,
Ai não me toque na machada de Xangô,
Ai não me toque na flecha de Oxóssi,
Que nas matas tem um velho caçador,
Que nas matas tem um velho caçador.

067-OXÓSSI PENA BRANCA

Ele atirou, ele atirou e ninguém viu,
Seu Pena Branca é quem sabe,
Ande a flecha caiu. (bis)

Se o seu saiote é carijó,
A sua pena de ara, orô,
Ele é Oxóssi, é,
Oxóssi é Rei lá na mata,
Oxóssi é Rei na Guiné.

068-CABOCLO DA MATA

A Coral é sua cinta,
A Jibóia é sua lança... (bis)
Kizumba, kizumba, kizumba, ê,
Caboclo mora na mata. (bis)

069-FLECHEIROS

Flecha, flecha, flecha, flecha,
Flecha, flecha, flechador,
Que na ponta de tuas flechas,
Vem a benção do Senhor. (bis)

070-CABOCLO CAJÁ

Caboclo das matas,
Que mata é a sua,
É a de lá, é a de cá,
É das Tribos de Cajá,
A onde pia a cobra,
Onde canta o sabiá. (bis)

071-CABOCLO GUARÁ

Guará ê ê... Guará,
Guará da Mãe de Deus, Guará,
Ê ê Guará, ê ê Guará. (bis)

Você diz que é da lei, Guará,
No terreiro ele é rei, Guará,
Tem o seu corpo fechado, Guará,

Guará, ê ê... Guará....

Ele agora vai embora, Guará,
Porque está chegando a hora, Guará,
Está perto a sua glória, Guará,
Porque conta com a vitória, Guará.

072-CABOCLO ROXO

Caboclo Roxo da cor morena,
Ele é Oxóssi,
É caçador lá na Jurema.(bis)

Ele jurou e tornou a jurar,
De ouvir os conselhos,
Que a Jurema vem dar. (bis)

073-OXÓSSI CAÇADOR

Atira, atira, eu atirei,
No bambá, vou atirar. (bis)
Veado no mato é corredor,
Oxóssi na mata é caçador. (bis)

074-OXÓSSI DO MARACATÚ

Eu vi chover, eu vi relampejar,
Mas mesmo assim o céu ficou azul,
Firma seu ponto, na folha da Jurema,
Oxóssi é bamba no maracatú. (bis)

O bombardeio que se deu na aldeia,
Sua palhoça, Oxóssi quis abandonar,
Mas ele é um caboclo de demanda,
Vem de Aruanda, lá do Juremá. (bis)

075-OXALÁ E ODÉ (OXÓSSI)

Oxalá Velhinho,
Oxalá e com Odé,
Oxalá de Urumilaia,
Oxalá da Umbanda. (bis)

Quando sair o sol,
Eu vou entrar na mata,
Vou falar com Oxóssi,
Jurema, Oxóssi é caçador. (bis)

076-ÁGUIA BRANCA

Águia Branca, vem de Aruanda,
Vem sozinho, vem sozinho trabalhar,
Saravá, saravá, saravá,
E a falange de Águia Branca vai baixar.

077-LINHA DE OXÓSSI

Ó viva Oxóssi, nas suas matas,
Na sua macaia é caçador,
Com sua flecha e seu bodoque,
Ai viva Deus, Nosso Senhor. (bis)

078-LINHA DE OXÓSSI

(Pode ser cantado em trabalhos especiais, pois o ponto é um mantran que demonstra a força dos guias espirituais)

Caboclo não tem caminho,
Para caminhar, (bis)
Ele passa por cima da folha,
Por baixo da folha,
Em qualquer lugar...
Ele passa por cima da folha,
Por baixo da folha,
Em qualquer lugar...Okê Caboclo!

079-BEREQUETÊ

(Reza da Nação de Kêto – Linha de Cigano, na vibração de caboclos )

Berequetê, berequetê, inhá,
Kiginalô, Kurimá,
Berequetê Babá,
Kerequetê, ô ô
Kiginalô Kurimá,
Berequetê Babá (bis)
Aruê pam, aruê pam,
Aruê seu pam pam pam,
Aruê pam. (bis)

Lay lay lay lay lay lay,
Lay lay lay ô laê,
Lay lay lay. (bis)

080-OXÓSSI COBRA CORAL

Estrela d’Alva é nossa guia,
Que corre o mundo sem parar .(bis)
Alumia a mata virgem,
E o terreiro de além mar. (bis)

Okê Caboclo chama seu Cobra Coral,
Okê Caboclo chama seu Cobra Coral,
Abre trabalho, na mata virgem ,
Chama seu Cobra Coral. (bis)

081-TUPINAMBÁ

Tupi, Tupinambá, queremos saravá,
Cantando sempre alegre,
O nosso Rei é Xapanã !
Hei de vencer, hei de guiar,
Cantando sempre alegre,
O nosso Rei é Xapanã !
O nosso Rei é Xapanã !

082-FLECHEIRO CAJAN

Cajan tu vem de Aruanda,
Cajan tu vem trabalhar...
Cajan tu vem de Aruanda,
Cajan tu vem é de lá. (bis)

083-FLECHEIRO CAJAN

Saravá! O Povo de Umbanda,
Saravá!...
Saravá, o Flecheiro Cajan,
Que vai baixar, ô ô...
Saravá!

084-LINHA DE OXÓSSI

Foi Zâmbi quem criou a terra,
Foi Zâmbi quem criou o mar! (bis)
Foi Zâmbi quem criou as estrelas,
Que iluminam Oxóssi lá no Juremá. (bis)

085-REZA PRA ODÉ (OXÓSSI)

Aruê, cajador,
Lembarenguaje patozi baé,
Tawamy-aruê caçador,
Lembarenguaje patozi baé,
Tawá mi.

086-PAI URUBATÃ

La no alto da floresta,
Da seara do Senhor,
É o Pai Urubatã, chefe guerreiro,
Que acaba de chegar,
Com sua machada, ele é cacique,
É o Rei do Juremá. (bis)

087-LINHA DE OXÓSSI

Luar oi, luar oi,
Segue seu andar ó luar...
Segue seu andar ó luar...
O caboclo vem das matas,
Pra baixar neste congá,
Ele vem lá da Aruanda,
Para seus filhos salvar.
No alto daquela serra,
Onde canta o sabiá,
Onde Oxóssi é Rei da Mata,
O caboclo mora lá! Oi...

088-CABOCLO UBYRARA

Sou o Caboclo Ubyrara,
Filho de Zâmbi e Tupã! (bis)
Sou o Caboclo Ubyrara,
Gêmeo de Urubatã. (bis)

089-CABOCLO AIMORÉ

A água com areia,
Não pode demandar,
A água vai embora,
Areia fica no lugar. (bis)
Se é de zum zum zum,
Chegou o Aimoré,
Cacique guerreiro,
Pra salvar filhos de fé. (bis)

090-CABOCLO TUPAÍBA

Nós somos dois irmãos guerreiros,
Dois irmãos unidos,
Meu nome é Tupaíba,
Sou filho de Aimoré,
Lá nas tribos Guaranis,
Meu irmão chama Pery. (bis)

091-CABOCLO ARRANCA TÔCO

Na sua aldeia ele é caboclo,
É Rompe Mato é Arranca Toco,
Na sua aldeia, lá na Jurema,
Não se faz nada,
Sem a Lei Suprema. (bis)

092-CABOCLO DO VENTO

Peguei na pemba,
E a pemba balanceou. (bis)
Chegou o Caboclo do Vento,
O Caboclo do Vento chegou. (bis)

093-LINHA DE ROMPE MATO

Oi caêta, oi caêta,
Oi caêta, oi caêta.

Eu vi o dono da mata, eu vi,
Eu vi o seu Rompe Mato, eu vi,
Caboclo nasceu na mata, e ocê...
Eu vi seu Rompe Mato no arerê...oi (bis)

094-TUPI MIRIM

Eu sou Tupi Mirim,
Nascido na beira do cais,
O meu babá, Tupinambá,
Minha babá, Yara.
Aquele manto que brilhou,
Lá no espaço,
É o manto da babá Yara. (bis)

095-JUREMA

Jurema saia das matas,
Vem pro terreiro pra trabalhar,
Trazendo seu Pena Branca,
E o Cacique Tupinambá. (bis)

096-JUREMA

Entrei na mata e avistei um clarão,
De uma estátua de corpo inteiro no chão.
Não era Yara não, nem a Jandira, não,
Era a Jurema com seu bodoque na mão (bis)

097-LINHA DE JUREMA

Meu passarinho azulão,
Quando voa não senta no chão.(bis)
Ai que linda caboclo de pena,
Pena bonita, bodoque na mão. (bis)

098-LINHA DE JUREMA

Voou, voou, meu passarinho azulão,
Quem rola pedra é Xangô,
Afirma o ponto no chão,
É a Cabocla Jurema,
Com seu bodoque na mão.(bis)

099- LINHA DA JUREMA-Chamada Geral

Oxalá chamou,
E já mandou buscar,
Todo o Povo de Jurema,
No seu Juremá... (bis)

Meu Pai Oxalá,
Ele é o Rei do mundo inteiro,
E já deu ordem pra Jurema,
Mandar seus Capangueiros...

Mandai, mandai,
Minha Cabocla Jurema,
Os seus guerreiros,
Essa é a ordem suprema...

Oxalá chamou...

100-LINHA DE JUREMA

La naquela floresta,
Tem uma serra morena. (bis)
Onde o luar clareia, pra saravá,
Todo o Povo de Jurema. (bis)
Jurema do Juremê, Jurema do Juremá,
Jurema do Juremê, Jurema do Juremá.
É uma cabocla de pena,
Vamos todos saravá.
O piô, piô, o piá, piá... (bis)

101-LINHA DE JUREMA

O leão urrou na mata,
Jurema foi caçar,
Jurema é caçadeira,
E o seu pai foi saravá. (bis).

102-CABOCLA IMEMBUY

A Cabocla Imembuy,
Vem trazendo a estrela guia. (bis)
Cobrindo todos os seus filhos,
Com o manto da Virgem Maria. (bis)

103-LINHA DE JUREMA

Eu vi uma flecha zunir,
Eu vi uma estrela brilhar,
Eu vi o Povo de Jurema,
Querendo baixar. (bis)

104-LINHA DE JUREMA

Jurema ! O Juremê, Juremá. (bis)
É uma cabocla flecheira,
Que atirou flecha pro ar,
Atirou numa Jibóia,
E matou cobra Coral.

Ai como é lindo o cabelo de Jurema,
A luz brilhante do seu olhar,
Salve a Jurema, saiu das matas,
Tá no terreiro, pra saravá. (bis)

105- LINHA DA JUREMA – Chamada Geral

Arreia capangueiros,
Capangueiros da Jurema,
Arreia capangueiros,
Capangueiros da Jurema. (bis)

106-JUREMA

Lá no caminho de jacutá,
Onde eu plantei minha roseira...
Foi no caminho de jacutá,
Onde eu plantei minha roseira...
Jurema vai firmar seu ponto,
A Estrela d’Alva é nossa guia. (bis)

107-FILHO DO SOL
(Na irradiação de Jurema)

No tronco de uma mangueira,
A Jurema lhe esperou. (bis)
É o Filho do Sol,
Que a sua flecha atirou. (bis)

108-LINHA DE JUREMA

Jurema do Juremeiro,
Do Tronco de Juremá. (bis)
Saravá Arranca Toco,
E a Cabocla Giruá. (bis)

109-LINHA DE JUREMA

Que lindo capacete de pena,
Ganhou a Cabocla Jurema. (bis)
Quem lhe deu,
Foi Papai Oxalá, á á,
Ê ê ê ê ê á, ê ê ê ê ê á... (bis)

110-LINHA DE JUREMA

Salve a dona Duacema,
A dona de Goyá. (bis)
Salve a dona Duacema,
A dona de Goyá. (bis)

111-LINHA DE JUREMA

Nas suas matas,
Minha Mãe é a Rainha,
A lei suprema de toda a Juremá,
Vem óh! vem óh! Mãe Jurema,
Abençoar seus filhos,
Que estão neste congá. (bis)

112-PONTO P/FIRMAÇÃO DE TERREIRO NA ÉGIDE PANTERA NE-GRA

Tu és um príncipe de cavalaria,
Que não vê trevas, nem escuridão.
Vou dar um brado de salvas,
A toda a sua legião. (bis)

113-PONTO DE SAUDAÇÃO E FIRMA-ÇÃO DE TERREIRO A URUBATÃ

Aí vem a lua,
Surgindo no céu azul de Juremá,
Aí vem baixando Urubatã,
Pra todos os seus filhos salvar...
Se ele é Rei de toda a Juremá,
Vamos meus filhos, vamos saravá ! (bis)

114-PONTO DE DEFUMAÇÃO

Ê ê Pai Oxóssi !...
Me dá licença pra defumar...
Eu defumo, eu defumo esta aldeia,
Pro mal sair e o bem entrar.
Ê ê, ê ê, ê á... (bis)

115-PONTO P/FIRMAR TERREIRO E ASSENTAMENTO DE ERVAS

Caboclo do mato quem é você ?
Segura o terreiro que eu quero ver ! (bis)
Zum zum bi aruê,
Segura o terreiro que eu quero ver. (bis)

116-PONTO DE SUBIDA DE CABO-CLOS

Caboclos já vão embora,
Pra cidade de Jurema.
O bom Jesus tá lhes chamando,
Na cidade de Jurema.
Mas eles vão ser coroados,
Na cidade de Jurema,
Com a coroa do aiê iêu,
Na cidade de Jurema. (bis)

117-PONTO DE SUBIDA DE CABO-CLOS

Lá na Aruanda aonde Deus andou,
Tão te chamando na Aruanda,
Aonde Deus abençoou.
Tão te chamando na Aruanda,
Aonde Deus abençoou... (bis)

118-PONTO DE SUBIDA DE FLECHEIROS DAS MATAS – LINHAS DE OXÓSSI E JUREMA

Yu ai, Yu ai !...
Eu vou girar...
Yu ai, yu ai !...
E a meus filhos eu vou saravar.(bis)
Lá na mata, lá na mata,
Minha mata, me chamou,...
Saravá minha flecha, meu bodoque,...
Salve Deus Nosso Senhor. (bis)

119-PONTO DE SUBIDA DE CABO-CLOS

Adeus meus Caboclos, adeus !...
A sua banda lhe chama,
E eles já vão ao ló...
E eles já vão ao ló...
Deixam penas e saudade,
Vão pra Aruanda, sua macaia,
Numa gira só, é numa gira só !...(bis)

120-PONTO EM HOMENAGEM AO CABOCLO PEDRA LISA, ENTIDADE ESPIRITUAL DO MÉDIUM MOAB CALDAS, 1° DEPUTADO UMBANDISTA DO BRASIL

Pisei na pedra,
E a pedra balanceou. (bis)
O mundo estava escuro,
Pedra Lisa clareou...
O mundo estava torto,
Pedra Lisa endireitou...(bis)

121-PONTO EM HOMENAGEM A PANTERA NEGRA – LINHA DE OXÓSSI

Ele é Oxóssi da mata virgem,
E ele vem com seu florete na mão.
Ele vem abençoar seus filhos,
Que aqui vieram pedir proteção. (bis)

122-PONTO EM HOMENGEM A PAN-TERA NEGRA – DIA DE FESTA

Pantera Negra coroou,
Seu Sete Flechas na floresta,
E neste dia toda a mata,
Era uma cidade em festa,
E os Caboclos se enfeitaram,
Com a folha da Guiné,
E os Caboclos curiaram,
A chamar Quibandeodé...
Oi Quibandeodé,
Oi Quibandeodé,
Oi Quibandeodé,
Oi Quibandeodé...

123-PEDIDO DE BENÇÃO A OXÓSSI

Seu capacete é todo branco,
E o seu saiote é carijó...
Com a sua flecha e o seu bodoque,
Lá nas matas vive só...
Com a sua flecha e o seu bodoque,
Lá nas matas vive só...

124-CHAMADA GERAL PARA CABO-CLOS

Bate o tambor,
Eu quero ver quem é...
Bate o tambor,
Eu quero ver quem é...
São os Caboclos,
Que vem de Aruanda,
Saravá na Umbanda,
Para seus filhos de fé. (bis)

125-TUPIMIRIM

Quem é aquele caboclo,
Que vem lá tão longe...
É Tupimirim, filho de Tupinambá.
Ele vem armado, ele vem flechado,
Ele vem salvar o Rei Babá.
Quem é aquele caboclo,
Que vem lá tão longe...
É Tupimirim, filho de Tupinambá.
Ele vem armado, ele vem flechado,
Ele vem salvar o Redentor

126- SÃO SEBASTIÃO-OXÓSSI

ABERTURA E IRRADIAÇÃO

Quem vem, quem vem lá de tão longe?
São os nossos guias que vêm traba-lhar.(bis)
Oh! Dai-me forças pelo amor de Deus, meu Pai!
Oh! Dai-me forças para os trabalhos meus! (bis)

127-ESTRELA D’ALVA

Estrela D’Alva é nossa guia,
Ilumina o mundo sem parar.
Ilumina a mata virgem,
Cidade de Jurema.

Vinde, vinde companheiros,
Ai de mim tão só.
Companheiros de Jurema,
Ai de mim tem dó. (bis)

128-PONTO DE OXÓSSI
(chamada de falange)

Oxóssi vem,
Vem chegando de Aruanda,
Oxóssi vem,
Vem salvar filhos de Umbanda. (bis)

129-OXÓSSI BEIRA-MAR

Estava na minha praia,
Vi a sereia cantando,
As ondas do mar chorando...
Iemanjá, Iemanjá!...
Seu Beira-Mar, Beira-Mar,,0
Deixa a sereia cantar,
Não deixa as ondas chorar.

130-PONTOS DE OXÓSSI

Atira, atira, eu atirei!
No Bambá vou atirar.
Veado na mata é corredor.
Oxóssi na mata é caçador.

131-OXÓSSI NA BAHIA

O veado fugiu...
O veado fugiu...
E Oxóssi na Bahia,
Segura o ponto,
De Mamãe Sereia no mar. (bis)

132-OXÓSSI É REI

Oxóssi é Rei no Céu,
Oxóssi é Rei na Terra.
Ele não desce do Céu sem coroa,
E sem a sua munganga de guerra.(bis)

133-VIVA OXÓSSI

Ó, viva Oxóssi, é...
Ó, viva Oxóssi, a...
Ele é caboclo do mato.
Ó, viva Oxóssi,
É meu pai. (bis)

Ó! Viva Oxóssi, ê...
Ó! Viva Oxóssi, á...
Ele é caboclo do mato!
Meu Pai!
Ó! Viva Oxóssi, ê...(bis)

134-PONTO DE OXÓSSI
(na irradiação de Exú)

Olha a água do meu rio,
Olha a flor(flô) da minha mata,
Sou caboclo flechador(dô),
Sai mironga, sai mironga,
Corre, corre, corredor(ô).
Sou caboclo flechador(ô)
.
135-PONTO DE OXÓSSI

Eu vi chover,
Eu vi relampejar.
Mas mesmo assim,
O Céu estava azul.
Samborê pemba, folha de Jurema,
Oxóssi é bamba no Maracajá. (bis).
Oxóssi é bamba no Maracajá. (bis)

136-PONTO DE OXÓSSI
(saudação)

Correu terra, correu mar,
Até que chegou no meu país. (bis)
Ora viva Oxóssi na mata...
Que a folha de mangueira,
Ainda não caiu. (bis)

137-SÃO SEBASTIÃO

Naquela estrada de areia,
Aonde a lua clareou,
Aonde os caboclos pararam,
Para ver a procissão de São Sebastião.
Okê, okê, caboclo!
Meu pai caboclo é São Sebastião.

138-OXÓSSIÃ

Ó viva Oxóssiã!...
Ó viva Oxóssiã!...
Somos guerreiros de Umbanda.
Ó viva Oxóssiã!...

139-NO LAGO AZUL

Foi lá no lago azul,
Que seu ponto ele firmou. (bis)
Ele é Oxóssi caçador,
Filho de Nosso Senhor. (bis)

Sete anjos me acompanham,
Sete estrelas me iluminam. (bis)

Salve o meu anjo da guarda,
Salve a minha estrela guia. (bis)

Ouvi o tropel do seu cavalo...
A sua espora tiniu...
Com sua espada e sua lança...
O inimigo reduziu!

141-OXÓSSI ESTÁ NO MUSSAMBÊ

Oxóssi está no mussambê,
Oxóssi está no mussambê,
Oxóssi está no mussambê!
Na cidade da Jurema,
Está no mussambê, está no arirê! (bis)

142-OXÓSSI ASSOBIOU NO HUMAITÁ

Oxóssi assobiou,
Lá no Humaitá! (bis)
Ogum venceu demandas,
Companheiro de Oxalá. (bis)

143-PONTOS DE OXÓSSI

Correu terra, correu mar,
Até chegou lá no seu país. (bis)
Ora viva Oxóssi lá na mata...
Que a folha da mangueira,
Ainda(inda) não caiu. (bis)

144-OXÓSSI NO ALAQUAJÚ

Eu vi chover,
Eu vi relampejar.
Mas mesmo assim,
O Céu estava azul.
Firma seu ponto,
Na folha de Jurema,
Que Oxóssi é bamba
No Alaquajú. (bis)

145-CHAMADA DOS CABOCLOS

Umbanda,
Onde estão os seus caboclos...(bis)

Eles vem de longe,
Do centro do Juremá.
Com seus saiotes de penas,
Na Umbanda saravá,
Umbanda.

Umbanda,
Onde estão os seus caboclos...(bis)

146- ESTRELA VAI BUSCAR

Vai, estrela tão brilhante,
Que ilumina este gongá... (bis)

Vai buscar, estrela, vai buscar,
Com permissão de Oxalá.
Vai buscar Seu Tupinambá,
Pra vir na Umbanda trabalhar.

Vai, estrela tão brilhante,
Que ilumina este gongá... (bis)

147-OXÓSSI ASSOBIOU NA MATA

Oxóssi assobiou na mata, (bis)
Ogum bradou no Humaitá,
Filhos de Umbanda louvaram:
Saravá, Oxóssi, saravá. (bis)

148-CADÊ SEU OXÓSSI

Assobia, assobia...
Ele assobiou!... (bis)
Cadê seu Oxóssi na mata,
Que ainda não chegou!...(bis)

149-CAPITÃO DA MARAMBAIA

Oxóssi é Capitão de Marambaia,
Oxóssi é Capitão de Marambaia,
Oxóssi é Capitão de Marambaia,
Mas ele é Seu Oxóssi d’Arucaia.

150-O VENTO NA MATA ZUNIU

O vento na mata zuniu,
Folha seca balançou.
Saravá Oxóssi nossa banda, saravá,
Ele vem com Deus Nosso Senhor.

151-BANDA É

Banda é, banda é,
Oxóssi é Rei da Mata,
Banda é, banda é,
Oxóssi é Rei da Guiné. (bis)

152-OXÓSSI É BAMBA

Oxóssi é bamba,
Ele é caçador...
Oxóssi é bamba o clime,
É Rei Mutalambô.

153-PONTO DE OXÓSSI NO CAN-DOMBLÉ

Cambila qui uazá sála mucurê, orirê,
Um tatá camóla na Luanda aê,
Mamãe cambilá.
Ai na Luanda aê, orirê,
Cambila qui uáza sála mucurê,
Mamãe gimbeuá.

154

Cambila tem pai,
Tem sim senhor.
Cambila tem mãe,
Tem sim senhor.

155

Cambila uá uá uá,
É cambila,
Cambila uá uá uá,
É cambila.

156

Cambila é meu ,
Cambilá,
Oxóssi é meu,
Quilondirá.

157

Oxóssi é táta no mussambê,
Oxóssi é táta no arirê.

158

Salarê, Odé orerê,
Lokê.
Odé mi salerôco,
Odé como faqueran.

159

Odé muchauerá,
Agô Lelê,
Odé muchauerá,
Agô donan.

160

Farolodé fibô,
Odé fibô.
Farolamolodé,
Abacoché.

161

Lomáta Quilondirá,
Oxóssi é Mutalambô,
Aê aê...
Lomáta Quilondirá. (bis)

162
Aruê, caçador,
Cabaranguange matô sumaé,
Tauamí.
Aruê, caçador,
Cabaranguange matô sumaé,
Tauamí.

163

Caça na Luanda,
É coroa.
Oxóssi é caçador,
É coroa.

164

É Lua Branca leluá,
Odé Queboangí.
É Lua Branca leluá,
Odé Queboangí.

165-EU TENHO MEU PAI

Eu tenho meu Pai, eu tenho,
Eu tenho meu beija-flor.
Eu tenho meu Pai, eu tenho,
Sou d’Oxóssi Mutalambô.

Eu vi a Lua,
Eu vi a Lua,
Eu vi a Lua e falei com ela,
Eu vi a Lua,
Eu vi a Lua,
Mutalambô mora dentro dela.

166-OXÓSSI MORA NA LUA

Oxóssi mora na Lua,
Só vem na mundo para clarear. (bis)
Queria ver um Oxóssi,
Para com ele eu falar. (bis)

167-PONTO DE OXÓSSI (CHAMADA)

É Zâmbi que governa o mundo...
Só Zâmbi pode governar.
É Zâmbi que clareia as estrelas,
È quem clareia Oxóssi lá no Juremá.

Okê Caboclo !
Okê meu caboclo, okê ! (bis)

168-DO REINO DA JURREMA

Eles vem daquelas matas,
Do reino de Juremá.
Caboclos vem de Aruanda,
Vamos todos saravá! (bis)

169-QUANDO VEM DE ARUANDA

Oxóssi quando vem lá de Aruanda,
Trazendo forças pra seus filhos de Umbanda.
Ele é caboclo,
Ele é Flecheiro Atirador,
Na Aruanda todo Oxóssi é caçador.

170-OXÓSSI DAS CACHOEIRAS

Fez barulho na cachoeira,
Sobre a pedra ela rolou.
Com sua flecha certeira,
É Oxóssi que chegou.

171-PONTO DE OXÓSSI
(Demanda)

Quero ver arder,
Quero ver queimar.
Feiticeiro que atira,
Tem que saber atirar.

172-OXÓSSI DAS CACHOEIRAS

Corre, corre na cachoeira,
Sobre a pedra ela rolou,
É Oxóssi das Cachoeiras,
Que sua flecha atirou.

173-PONTO DE OXÓSSI
(Chamada)

Ei! Caçador da beira do caminho,
Ei! Não me mate esta coral na estrada,
Pois ele abandonou sua choupana,
Foi no romper da madrugada.

174-CABOCLA JACIRA

Na fonte da água cristalina,
Uma bela cabocla se mira. (bis)
Dos cabelos correm pérolas douradas,
Tá na gira a Cabocla Jacira. (bis)

175-CABOCLA JANDIRA

Seu cocar é de pena branca,
Ela é quem segura a gira. (bis)
Saravá sua linda banda,
Saravá a Cabocla Jandira. (bis)

176-CABOCLA JUPIRA

Estava em festa,
Toda a floresta estava em festa,
Porque cantou o Uirapuru...
No seu cantar,
Ele veio anunciar,
Que a Cabocla Jupira vai baixar.
Na terra de Pai Olorum,
Ela vai baixar,
Pra nos ajudar,
Ela vai salvar,
A sua banda, a sua gira.
Saravá Pai Olorum, saravá,
Acaba de chegar,
A linda Cabocla menina.
Mas ela tem a beleza que encanta,
O olhar de uma santa,
Que nos encanta.
Jupira, linda Cabocla menina,
É portadora de uma mensagem divina;
Ela é, ela é, ela é,
A menina dos olhos do Cacique Aimoré. (bis)

177-É UM CABOCLO VALENTE

Jupira e Tatuíra,
Caboclo Arranca Toco,
É um Caboclo valente.
Salve a sentinela de Umbanda, ô Jupira.
Deixa os Caboclos brincarem, ô Jupira.
(bis)

178-CABOCLA JUREMA

Dona Jurema, ela nasceu,
Ela nasceu no Juremá. (bis)
Saravá Cabocla no endá,
Na raiz do orucá. (bis)

179-A MATA FICOU EM FLOR

Caiu uma folha na Jurema,
Veio o sereno e molhou.
E depois veio o sol, enxugou, enxugou,
E a mata ficou toda em flor. (bis)

180-SEU CAPACETE É AZUL

Jurema,
O seu saiote é tão lindo,
Seu capacete é azul,
Brilha como o diadema. (bis)

Jurema,
Ô Juremê, juremá,
Abandona suas matas,
E vem na Umbanda saravá.

181-JUREMA, FILHA DE TUPINAMBÁ

Jurema,
Com seu saiote de penas.
Da sua cabana suprema,
Sai e vem trabalhar...
Jurê, juremê, juremá,
Jurê, juremê, juremá,
Jurema é, filha de Tupinambá.

182-LÁ NA JUREMA

Lá na Jurema,
Debaixo de um pé de ingá,
Lá na Jurema. (bis)
Aonde o luar clareia os Caboclos,
Deixa a Cabocla Jurema passar.
Jurema... Jurema...
Olha o seu Juremá. (bis)

183-SENHORA DAS MATAS

Minha senhora lá das matas,
Me diga quem manda aí. (bis)
Venha pra perto pra ver,
Dona Jurema é do ariri. (bis)

184-ERA DONA JUREMA

Lá na mata eu vi,
Linda Cabocla de penas. (bis)
Era Dona Jurema,
Com sua flecha suprema,
Mas ela vem de tão longe,
Veio pra caçar a ema.

Lá na mata eu vi... (refrão)

185-UMA ESTRELA NA ARUANDA

O rio rolou na mata virgem,
Uma estrela brilhou na Aruanda. (bis)
Saravá linda Umbanda,
Umbanda linda, saravá.
Agora a Cabocla Jurema é quem man-da.

186-A FOLHA QUE A JUREMA TEM

A folha que a Jurema tem,
Mata e cura também. (bis)

As águas lá da cachoeira,
Não matam a sede que a Jurema tem.
(bis)

187-CABOCLA JUREMINHA

Seu saiote carijó brilhou na mata,
Sua flecha de indaiá assoviou.
A Cabocla Jureminha,
Rainha de Umbanda,
Nossa banda já saravou, saravou.

188-MINHA CABOCLA É LINDA

Minha Cabocla é linda, orirá,
Minha Cabocla é linda, orirá,
Sua luz bendita, quem lhe deu,
Quem lhe deu foi meu Pai Oxalá.

189-CABOCLA JUSSARA

Clarão ilumina a mata,
Chuva cai, rio não pára. (bis)
Saravá Umbanda linda,
Banda de Dona Jussara. (bis)

190-PONTO DE CABOCLO
(Saudação)

Seu Ubirajara, saravá seu Pedra Negra.
Seu Ubirajara, saravá gongá.
Oi,
Saravá Oxalá!
Saravá Oxalá!

191- LOUVOR P/DOIS CABOCLOS

Lá na mata, sua mata,
Dois manos combinou.
Salve a flecha e o bodoque,
Viva Deus, Nosso Senhor. (bis)

192-PONTO DE CABOCLO
(pedindo identificação)

Ô meu Caboclo, que mata é a sua,
Ô meu Caboclo, que mata é a sua,
Que mata é a sua,
É a de cá ou é a de lá,
Onde pia a cobra,
Onde canta o sabiá.

193-PONTOS DE CABOCLO
(confirmado)

Sua flecha a tiracolo,
Foi Oxalá quem lhe deu. (bis)
Quem achou, achou,
Quem perdeu, perdeu. (bis)

194-FOI OXALÁ QUEM ME DEU

Disse quem disse,
Falasse quem falasse. (bis)
É meu, é meu,
Foi Oxalá quem me deu. (bis)

195-PONTO DE CABOCLO
(chamada)

Seu ....... sua banda lhe chama,
Seu ....... sua banda lhe implora.
Vem meu Caboclo de Nossa Senhora,
Venha com Deus que chegou a hora.

196-PONTO DE CABOCLO
(para confirmar)

Ajoelha Caboclo,
Você não é judeu. (bis)
Você tem um nome,
Foi Oxalá quem lhe deu.

197-PONTO DE CABOCLO
(alertando)

Caboclo segura o brabo,
Caboclo tu olha lá.
Tem um pau que quebra machado,
É o tronco da guaraúna.

198-PONTO DE CABOCLO
(para firmeza de ponto)

Ô couiza, ô cauiza. (bis)

Eu vi Caboclo na mata, eu vi,
Eu vi Caboclo na mata, okê.
Cabolco firma seu ponto que eu quero ver.
E mostre que é Caboclo do arirê.

199-PONTO DE CABOCLO
(Linha cruzada)

Lá no alto da serra,
Tem uma linda floresta;
Também tem uma linda cabana,
Mas ela é do Caboclo Guiné. (bis)

Saravá todos os Caboclos,
Salve o Seu Vence Demandas,
Saravá o Seu Vence Demandas.
Saravá todos os Caboclos,
Que pertencem a esta linda Umbanda.

200-UMA ESTRELA COR DE PRATA

Uma estrela cor de prata,
Brilhando anunciou. (bis)

Era um Caboclo que chegava,
Vinha a mando de Nosso Senhor. (bis)
Ele é Caboclo, ele é flecheiro,
Ele é caçador.
Ele Caboclo Boiadeiro,
Ele é laçador.

201-PONTO DE CABOCLO

Já dizia um Caboclo,
A Umbanda é pra quem tem fé.
Ai de mim, meu bom Caboclo,
Sua força não engana ninguém.
Se o Caboclo é bom,
Bate palmas pra ele.
Se o Caboclo é bom,
Bate palmas pra ele. (bis)

202-COM SÃO CIPRIANO E JACÓ

Caboclo na mata trabalha,
Com São Cipriano e Jacó. (bis)
Trabalha com chuva e com vento,
Trabalha com a lua e com o sol. (bis)

203-CABOCLO SUA MATA É VERDE

Caboclo sua mata é verde,
É verde, é da cor do mar. (bis)
Saravá cassuté da Jurema,
Saravá cassuté da Jurema,
Saravá cassuté da Jurema,
Jurema. (bis)

204-REI DO PANAIÁ

Que lindo Caboclo de penas, Panaiá,
Que veio na Umbanda saravá,
É um panaiá. (bis)
É rei, é rei, é Rei do Panaiá.
É rei, é rei, é Rei do Panaiá. (bis)

205-VESTIMENTA DE CABOCLO

Lá no lajedo,
Aonde Caboclo mora. (bis)
Vestimenta de Caboclo,
Samambaia é só. (bis)
Samambaia é só, auê,
Samambaia é só.

206-SALVE OS CABOCLOS

Salve os Caboclos,
Quando vêm da aldeia. (bis)
Eles vêm da aldeia, aldeiá,
Vem firmar na areia, areiá. (bis)

207-CABOCLO SE EMBRIAGOU

Caboclo comeu sapucaia,
Caboclo se embriagou. (bis)
Com as ervas da Jurema,
Caboclo se levantou.
Malha dendê, caboclo,
Caboclo, malha dendê. (bis)

208-É FILHO DA VIRGEM MARIA

Ele veio da sua cidade,
Com a Estrela D’Alva no peito. (bis)
Quem foi que deu,
Quem dá, quem daria.
Ele é filho da Virgem Maria. (bis)

209-ZUANDO, ZUANDO

De onde vêm os meus Caboclos,
Mas eles vêm da cidade da Jurema
(bis)
Mas eles vêm zuando, zuando,
Sacudindo seus penachos,
Levantando poeira. (bis)

210-CABOCLA IARA

Estrela, Sol e Lua,
Que clareia o juremá. (bis)
Oi que valham-me todos os Caboclos,
De flecha e botoque,
Oi que me valha Iara. (bis)

211-TEM CABOCLO NA MATO

Tem Caboclo no mato,
Chama, chama que ele vem.
Salve bacuro de Umbanda,
Chama, chama que ele vem.

212-ANDORINHA DO MEU SERTÃO

Que linda andorinha,
Tem no meu sertão.
Todo pássaro voa, andorinha,
Só a ema não!

213-SIRIÓ, SIRIÓ

Ele foi no mato caçar,
Sirió, sirió,
Mas quando é noite de luar,
Ele bate o pé, levanta o pó. (bis)

214-ARREIA CABOCLO, ARREIA

Caboclo que vem da mata,
Da mata traz seu poder. (bis)
Arreia, Caboclo, arreia,
Arreia que eu quero ver. (bis)

215-TÁTA MIRÔ

Apanha maracanã,
Ô mi táta, mirô,
Apanha folha por folha,
Ô mi táta, mirô,
Ele é filho da Jurema,
Ô mi táta, mirô,
Não deixa cair no chão,
Ô mi táta, mirô,
Táta mirô!

216-CAPACETE BRILHA NA ALVORA-DA

Na sua aldeia têm os seus caboclos,
Na sua mata têm as cachoeiras,
No seu saiote têm penas douradas,
Seu capacete brilha na alvorada.

217-REI DO APANAIÁ

Ele veio de tão longe,
Veio saravá o endá. (bis)
Bendito e louvado seja,
Ele é rei do apanaiá. (bis)

Bate o bumbo lá na aldeia, ê á. (bis)

218-QUERO VER, QUERO VER

Vento ventou lá na mata,
Balanceou, folha caiu. (bis)
Quero ver, quero ver,
Quero ver quem inda não vi. (bis)

219-O MEU PAI É CABOCLO

O meu pai é Caboclo,
Quero ver balançar. (bis)
Arreia, arreia,
Capangueiros da Jurema, ô Juremá. (bis)

220-CABOCLO AIMORÉ

Aimoré, Aimoré, odé,
É Rei da mata,
Aimoré, odé. (bis)
Quando ele chega no reino,
Aimoré, odé,
Ele vem de Aruanda,
Aimoré, odé.

221-CABOCLO AIMORÉ

Aimoré é um caboclo valente,
Valente aqui ou em qualquer lugar.
Aimoré mora lá nas matas,
Na mata virgem, lá no Juremá.

222-SARAVÁ SEU AIMORÉ

Caboclo velho maiondé,
Aê, aê, maiondé.
Caboclo velho maiondé,
Oi saravá seu Aimoré.

223-CABOCLO MANHANGABA

Caboclo da manhangaba,
Ele é táta mirô.
Aimoré na sua vizáia,
Ele é táta mirô.
224-CABOCLO ÁGUIA BRANCA

Seu Águia Branca é um guerreiro,
Seu Águia Branca é bambe odé,
Seu Águia Branca é meu protetor,
Ele é meu caboclo de fé.

225-CABOCLO ARARIBÓIA

Estava em plenas matas,
Quando tudo escureceu. (bis)
Trovejou lá no céu,
Mas chover não choveu. (bis)
Eu me perdi,
Seu Araribóia me achou. (bis)
Com sua flecha de ouro,
Meu caminho ele guiou. (bis)
O vento soprava forte,
E para o céu ele olhou. (bis)
E dando um brado mais forte,
A mata clareou. (bis)

A mata clareou, a mata clareou,
A mata clareou, a mata clareou.
(estribilho)

Saravá Araribóia,
Nosso mestre e protetor. (bis)
Quem anda com esse caboclo,
Não e perde, não senhor. (bis)

A mata clareou, a mata clareou,
A mata clareou, a mata clareou.
(estribilho)

Ele é Araribóia,
Nosso mestre de instrução. (bis)
Eu ando com este caboclo,
Dentro do meu coração. (bis)

A mata clareou, a mata clareou,
A mata clareou, a mata clareou.

226-CABOCLO ARARIBÓIA

Um assovio passou na mata virgem,
Anunciando que raiava o dia. (bis)

Uma flecha linda riscou o firmamento,
lá bem alto,
Do bodoque de Araribóia ela zunia.
Seu penacho é todo feito de estrelas,
Seu bodoque e sua flecha de indaiá,
Saravá Caboclo Araribóia nesta banda.
Ele é nosso mestre, nosso guia, saravá.
(bis)

227-CABOCLO ARARANGUÁ

Ele vem de longe,
Do alto da serra morena. (bis)
Ele é Araranguá,
Rei cassuté lá da Juremá. (bis)

228-CABOCLO ARAÚNA

Ele é caçador, é caçador,
É caçador não é adivinhador. (bis)
Ele veio de longe,
Veio caçar. (bis)
Ele é seu Araúna que vem saravá.

229-CABOCLO ARAÚNA

Eu vi Caboclo bradando,
Eu vi a mata tremer. (bis)
Ôi saravá Caboclo Araúna,
Nas horas aflitas venha me valer.

230-CABOCLO ARAÚNA

Caboclo Araúna é Rei,
É Rei, Cacique, é Apanaiá. (bis)
Quando chega em sua banda, ele brada,
Saravá meu glorioso Oxalá. (bis)

231-CABOCLO ARRANCA TOCO

Seu Arranca Toco corou,
Seu Tupi lá na Jurema.
Neste dia lá nas matas,
Foi um grande dia de festa.
Todos os caboclos se enfeitaram,
Com as folhas da Jurema.
Oi saravá seu Arranca Toco,
Saravá seu bambi odé,
Oi que bambi o clime...
Oi que bambi odé. (bis)

não de deixe humilhar sua religião

Não se deixe humilhar, se alguém ofender sua crença, sua religião, saiba que há leis que a protegem e cobre das autoridades competentes as devidas providências, previstas, inclusive, no código penal.Leia com muita atenção e guarde na memória os artigos, parágrafos e incisos que podem, e devem ser evocados caso sua religião ou você enquanto fiel sejam desrespeitados.
Legislação e Candomblé
Babalorixás e iyálorixás devem ser conscientes de suas obrigações com a sociedade e com os deuses africanos, e essa tendência, felizmente, tem se solidificado ao longo desses anos.Muitos.porém, desconhecem seus direitos, deixando-se subjulgar e admitindo ser tratados como cidadãos de segunda categoria.
Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil.
É preciso, portanto, difundir os direitos dos adeptos do Candomblé,bem como dos templos religiosos, assegurando a liberdade e a igualdade entre todos os brasileiros, independente de sexo, cor, situação social ou religião.
O grande desafio que se impõe ao Candomblé na atualidade é ser reconhecido como religião. A questão, embora muito clara para intelectuais de diversas áreas, sobretudo a antropologia e a ciências sociais, ainda permanece como uma incógnita para a sociedade, que não diferencia as religiões definidas como mediúnicas das de origem renciação e conhecimento;Candomblé é religião, não é seita”.Que fique bem claro, especialmente para os adeptos do Candomblé (já que qualquer movimento de revalorização começa de dentro pra fora).Candomblé é religião e muito mais, pois, ao preservar tantas tradições trazidas por nossos antepassados negros, tornasse um importante foco de resistência da cultura afro-brasileira .Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil. Outrossim, artigo 208 do Código Penal Brasileiro prevê, para o crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, pena de detenção de um mês a um ano ou multa.Para que todas as pessoas que professam o Candomblé fiquem cientes dos seus direitos é bom observar com atenção os artigos constitucionais que podem que podem e devem ser evocados quando qualquer cidadão sentir-se aviltado no que diz respeito à liberdade de crença religiosa.O artigo 5° da Constituição Federal assegura:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes à igualdade, à segurança e à propriedade.
O estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional.
Portanto, como a instituição assegura que não deve haver distinção de qualquer natureza, católicos, protestantes, evangélicos, umbandistas, espíritas, budistas, mulçumanos, membros do Candomblé e etc… são iguais em direitos e obrigações, estamos pois, submetidos às mesmas leis e devemos observar o inciso VI do artigo 5° da Carta Política de 1988, que diz:
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma , da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.Ainda na Constituição Federal, o parágrafo 1° do artigo 215 deixa muito claro que o Candomblé que é também evidente manifestação da cultura popular afro-brasileira, pode contar com a proteção do estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1°. O estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes do processo civilizatório Nacional. Na legislação infraconstitucional diretamente relacionada ao inciso VI do artigo 5°, o artigo 208 do Código Penal, merece menção, haja vista dos crimes que define têm sido cometidos frequentemente contra adeptos das religiões afro-brasileiras sem que se tomem providências primeiramente por uma nítida falta de interesse das autoridades e depois por que os adeptos, na maioria das vezes, não sabem que tais atos constituem crime.
Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito,assim como é um direito do crente pregar em praça pública ou do católico fazer procissões.
Artigo 208.Escarnecer de alguém, publicamente, por motivos de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
Parágrafo único.Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente violência.
Como fica a situação quando a polícia, respaldada pelo poder do estado, infringe a lei?Se considerarmos que a proteção aos locais de culto e as suas liturgias é garantida na forma da lei, é dever da polícia, quando solicitada, prestar assistência aos adeptos para que possam cumprir seus rituais com segurança e não impedi-los por exemplo , de fazer suas oferendas.
Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito, assim como é direito de um crente pregar em praça pública ou do católico, fazer procissões.A polícia também não pode invadir um terreiro de Candomblé, a menos que observe os trâmites legais.Todos tem direito a liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto, pois não são permitidos a nenhuma religião ou culto, atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal.
Todos tem direito à liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto.
Um adepto de determinada religião por exemplo, não pode evocar inciso VI do artigo 5° da Constituição, ou seja, suas convicções religiosas para livrar-se dos crimes estipulados no artigo 208 do Código Penal.Há que se observar o inciso VIII do artigo 5° da Constituição, que diz:
Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as evocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. O Brasil, por meio do Pacto de São José da Costa Rica, se comprometeu a respeitar o sentimento religioso, avaliando o documento que no artigo12.1 da Convenção, diz:
Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião.Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.
Devem os templos de Candomblé e seus sacerdotes começar a reivindicar os privilégios e isenções que a lei assegura aos ministros de confissão religiosa e às suas igrejas, como o direito à prisão especial, a contribuição, a Previdência Social na qualidade de sacerdote e a desobrigação de recolher alguns impostos como o IPTU.
É também importante difundir a lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, não só entre as pessoas do Candomblé mas para toda a sociedade, especialmente entre negros que sofrem muito mais com o preconceito que, mesmo camuflado pelo mito da democracia racial, existe no Brasil.
Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política.
Isso serve para ratificar que o caminho para viver plenamente a cidadania é o da consciência, que passa, necessariamente, pelo reconhecimento das leis que asseguram os direitos de todos os cidadãos brancos ou negros, crentes ou de Candomblé, ricos ou pobres.

CIGANA- FEITIÇEIRA


CIGANA- FEITIÇEIRA
O que muita gente não sabe que cada entidade cigano tem sua função no astral e quando na terra, trabalham com afinco para exercer com maestria suas tarefas.
Pomba-Gira Cigana Feiticeira é considerada a rainha do povo cigano no astral, pois é através dos seus ensinamentos que os ciganos conhecem as suas origens e suas tarefas no mundo astral. A Cigana Feiticeira é uma entidade que quando chega na terra para trabalhar trás consigo a sabedoria e a liderança de seu povo nas suas atitudes. È sempre a Cigana mais bem vestida e não faz economias nos seus trajes. Não gosta de vestidos com muitos babados, porque já não é moça, mais adora seus dedos e braços bem enfeitados com pulseiras douradas e anéis de esmeralda. Ela diz que o dourado simboliza o ouro que é o poder material e a esmeralda simboliza a saúde vital nescessário para a alma. O nome dado Feiticeira não é por acaso, pois trabalha muito na feitiçaria, adora trabalhar para a saúde e bens materiais e com oferendas bem ornamentadas pode amarrar um homem ou mulher como ninguém! Adora conversar sentada, não gosta muito de dançar... só costuma rodar sua saia em noites de lua quando chega para trabalhar.
Suas oferendas são sempre muito complexas e sempre depende do que quer pedir ou ofertar... adora flores, velas coloridas, perfume, bandeja de frutas, cigarrilhas, pulseiras e guizos ... Nunca esqueça de estender uma toalha de cetim vermelho para ofertar a esta cigana, pois caso contrário ela não vai aceitar. E não esqueça que ela gosta da lua cheia das sextas-feiras. Suas oferendas são entregues nos campos verdes ou embaixo de árvores frondosas.

“Em noites de lua ela é a rainha, em dias de sol ela é Nazaré, na umbanda ela é a rainha cigana, feiticeira de fé! Traz na mão um cedro dourado, sandálias de prata nos pés, ela é a rainha cigana feiticeira que vem pela campina trabalhar seus filhos de fé!"

Simpatias Ciganas

Na primeira noite de Lua cheia, pegue uma nota de dinheiro de valor corrente e coloque-a no centro de um pratinho de louça branca. Cubra-a com uma fina camada de canela em pó e uma folha de louro. Na manhã seguinte, enrole essa nota, de modo que o louro fique no meio dela. Carregue-a sempre na carteira e evite gastá-la.




Para Proteção Espiritual


Pegue um pequeno punhal virgem, algumas folhas de arruda, um pedaço de carvão e um punhado de sal grosso. Coloque todos os ingredientes dentro de um saquinho de tecido branco, preferencialmente confeccionado por você, amarre muito bem e peça para os guias espirituais do povo cigano protegerem você e sua família de todos os perigos materiais e espirituais. Guarde esse talismã num lugar seguro, de preferência fora do alcance de outras pessoas.




Para Conquistar Alguém


Quando você for encontrar a pessoa que deseja conquistar, prepare um banho com os seguintes ingredientes: uma colher (chá) de noz-moscada ralada, nove cravos-da-índia, nove lascas de canela em pau, nove fatias bem fininhas de gengibre e uma colher (sopa) bem cheia de açúcar. Ferva tudo em 1 litro de água mineral e despeje do pescoço para baixo, depois de tomar banho. Nunca faça esse ritual no período de Lua minguante.




Para Esquecer um Amor


No quarto dia de Lua minguante, escreva o nome da pessoa que você deseja esquecer em 21 tiras de papel branco virgem. No verso dessas tiras, escreva o seu nome, de modo que ele fique "de costas" para o nome desse alguém que você quer tirar da sua vida. Coloque esses papéis dentro de um vidro de boca larga, de tamanho médio ou grande, e adicione o suco de um limão, um ovo cru, um vidrinho de óleo de rícino, um punhado de sal grosso, uma colher (chá) de pimenta-do-reino moída e a mesma quantidade de pó de enxofre. Feche bem o vidro e chacoalhe-o vigorosamente, enquanto mentaliza a sua intenção de se desligar dessa pessoa para sempre. Em seguida, embrulhe tudo num pano preto e deixe do lado de fora da sua casa. Se você mora em apartamento, use a área de serviço. Sete dias depois, enterre num lugar bem afastado. Reflita cuidadosamente antes de fazer esse ritual, porque o afastamento será definitivo.




Para Afastar Maus Fluídos


Despeje aproximadamente 3 litros de água fervente num balde que nunca tenha sido usado e adicione três punhados generosos de sal grosso e algumas gotas de óleo de sândalo. Com um pano de chão novo, passe essa poção pelo chão da casa inteira (que deverá ter sido previamente limpo) e acenda incensos de arruda em todos os cantos. Repita esse ritual sempre que quiser.




Para Firmar um Relacionamento


Pegue uma roupa íntima da pessoa que você ama, uma muda de samambaia e um xaxim bem grande. Na primeira noite de Lua cheia, passe cardamomo em pó na peça de roupa e coloque-a no xaxim. Recubra com uma camada de terra, plante a muda de samambaia e termine de completar o vaso. Enquanto estiver fazendo este ritual, mentalize o que você quer: um romance duradouro, muita fidelidade, amor, respeito mútuo etc. Deixe a planta ao relento, apanhando sereno. No dia seguinte, escolha um lugar definitivo para essa samambaia e passe a cuidar dela muito bem. Você vai ver como os laços que unem vocês se tornarão ainda mais fortes.




Para Progredir no Trabalho


No quarto dia de Lua crescente, compre uma árvore-da-felicidade plantada em vaso e coloque-a no seu local de trabalho. Todos os dias, regue-a com água e uma pitadinha de açúcar, mentalizando as conquistas que você almeja para a sua vida: sucesso, prosperidade, reconhecimento… É fundamental que você cuide pessoalmente da planta. Quanto mais bonita ela ficar, mais você vai prosperar.




Para Superar Obstáculos


Na primeira noite de Lua cheia, pegue um cálice que nunca tenha sido usado e coloque algum testemunho seu: um fio de cabelo ou uma apara de unha, por exemplo. Adicione açúcar cristal e algumas gotas de essência de cravo, que proporciona força interior e maior espírito combativo. Deixe o cálice ao ar livre até a manhã seguinte e entregue-o num jardim florido ou numa praça bem bonita.

CIGANA MARIA QUITÉRIA


CIGANA MARIA QUITÉRIA
Esta pomba-gira de fé é da mesma banda de Maria Padilha, é uma entidade muito forte que comanda uma falange muito grande de mulheres... pomba-gira Maria Navalhada é sua subordinada. Ela acompanha sete exus e se apresenta sempre quando bem incorporada como uma mulher forte e sem rodeios... ao contrário do que muitos pensam estas entidades apesar de serem muito sensuais... não costumam se insinuar a ninguém... a sensualidade faz parte da sua maneira de viver e é assim que elas se aproximam dos seus filhos de fé! Maria Quitéria aceita seus pedidos e oferendas nas encruzilhadas e cruzeiros... toma champanhe em taça, gosta de cigarrilhas longos, bijuterias, perfumes, velas vermelhas e toalha vermelha e preta... Suas oferendas tem que sempre estarem impecáveis... assim é esta exigente entidade.

“Salve exu de banda, salve exu mulher, salve pomba-gira Maria Navalhada, salve sua rainha Maria Quitéria e toda a sua cambada...”

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Xangô, Rei de Oió

http://www.anaflavia.com.br/orixas/xango.jpg       

I: O obá Xangô

Obá é palavra da língua iorubá que designa rei. Obá é também um dos epítetos do orixá Xangô (não confundir Obá, rei, soberano ( oba ),  com o orixá Obá ( Ò ), que é uma das esposas de Xangô). Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oió, que foi o mais poderoso dos impérios iorubás. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oió, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.
Não existem registros históricos da vida de Xangô na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim,  a mitologia nos conta a história de Xangô, que começa com o surgimento dos povos iorubás e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oió e narra os momentos cruciais da vida de Xangô:
“Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oió, mais tarde governada por Xangô.
“Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que formam a terra dos iorubás, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.
“Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por um certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oió e veio a ser a grande capital do império fundado por Odudua. O rei de Oió tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oió.
“Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oió. Ajacá, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e  encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos iorubás. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que governava Cossô, pequena cidade localizada  nas cercanias da capital Oió.
“Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.
“Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oió, o obá da capital de todas as grandes cidades iorubás.
“Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu  prestígio junto ao seu povo. Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha.
“A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!
“Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão.
“Num desses dias, o obá de Oió subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão.
“Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oió virou cinzas.
“Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e eviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Xangô.
Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida.
“Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a  floresta e numa árvore se enforcou.
"Oba so!", "Oba so!"
"O rei se enforcou!", correu a notícia.
“Mas ninguém encontrou  seu corpo e e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários,  que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:
"Oba ko so!", que quer dizer "O rei não se enforcou!"
"Oba ko so!", "Oba ko so!".
“Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: "O rei não se enforcou!" "Oba ko so! Obá Kossô!" "O rei não se enforcou".”
(Cf. Prandi, Mitologia dos orixás.)


Assim narram os mitos, e a morte de Xangô nada mais é do que a afirmação dos antigos costumes africanos. Sua morte teria sido injusta e por isso o Orum o acolheu como imortal. A expressão “Obá Ko so” é evidentemente dúbia. Tanto pode significar “Rei da cidade de Cossô”, o que de fato Xangô também era, como “O rei não se enforcou”, frase que poderia ser também traduzida por “O Rei vive”, ou “Viva o Rei”, forma que é mais comum na nossa tradição ocidental. A versão verdadeira não importa: divinizado, transformado em orixá, o obá Xangô, o Alafim de Oió, alcançou a imortalidade, deixou de ser humano, virou deus. “Obá Kossô”, “Viva o Rei” é a fórmula pela qual, até hoje, em todos os templos dos orixás, é glorificado o nome de Xangô, o rei de Oió, o orixá do trovão, senhor da justiça.
De todos os orixás que marcam a saga da cidade de Oió, nenhum foi mais reverenciado que Xangô, mesmo quando Oió passou a ser apenas um símbolo esfumaçado na memória dos atuais seguidores das religiões dos orixás espalhados nos mais distantes países da diáspora africana do lado de cá e do lado de lá do oceano. E há muitos elementos para estribar essa afirmação.

II: Xangô no Novo Mundo

No seu auge, o império de Oió englobava as mais importantes cidades do mundo iorubá, tendo assim o culto a Xangô, que era o orixá do rei ou obá de Oió, portanto o orixá do império, sido difundido por todo o território iorubano, o que não era muito comum, pois cada cidade ou região tinha os seus próprios orixás tutelares e poucos eram os que recebiam culto nas mais diversas cidades, como Exu, Ossaim e Orunmilá. O fato é que o apogeu da dominação da cidade de Oió sobre as outras resultou numa grande difusão do culto a Xangô. Durante muito tempo a força militar de Oió protegeu os iorubás de invasões inimigas e impediu que seu povo fosse caçado e vendido por outros africanos ao tráfico de escravos destinado ao Novo Mundo, como acontecia com outros povos da África.
Quando o poderio de Oió foi destruído no final do século XVIII por seus inimigos, tanto a capital Oió como as demais cidades do império desmantelado ficaram totalmente desprotegidas, e os povos iorubás se transformaram em caça fácil para o mercado de escravos. Foi nessa época que o Brasil, assim como outros países americanos, passou a receber escravos iorubás em grande quantidade. Vinham de diferentes cidades, traziam diferentes deuses, falavam dialetos distintos, mas tinham todos algo em comum: o culto ao deus do trovão, o obá de Oió, o orixá Xangô.
Isso explica a enorme importância que Xangô ocupa nas religiões africanas nas Américas, pois foi exatamente nesse momento histórico da chegada dos iorubás que as religiões africanas se constituíram nas Américas, isto é, no século XIX. Particularmente no Brasil, os escravos recém-chegados eram trazidos não mais para o trabalho nas plantações e nas minas do interior, onde ficavam dispersos, mas sim nas cidades, onde eram encarregados de fazer todo o tipo de serviço urbano, morando longe de seus proprietários, vivendo em bairros com grande concentração de negros escravos e libertos, e tendo assim maior liberdade de movimento e organização, podendo se reunir nas irmandades católicas, com novas e amplas oportunidades para recriarem aqui a sua religião africana.
Nascido da iniciativa de negros iorubás que se reuniam numa irmandade religiosa na igreja da Barroquinha, em Salvador, o primeiro templo iorubá da Bahia foi, emblematicamente, dedicado a Xangô. Seus ritos, que em grande parte reproduziam a prática ritualística de Oió, acabaram por moldar a religião que viria a se constituir no candomblé, e cuja estruturação hierárquica sacerdotal em grande parte reconstituía simbolicamente a organização da corte de Oió, isto é, a corte de Xangô, como veremos adiante. Emblemas que na África eram exclusivos do culto a Xangô foram generalizados entre nós para o culto de todos os orixás, como o uso do colar ritual de iniciação chamado quelê.
Por estranha ironia, a nação de Xangô na Bahia acabou recebendo o nome de Queto, que é a cidade de Oxóssi, e não o nome de Oió, cidade de Xangô, como era de se esperar. Mas essa denominação deve ter ocorrido muito tempo depois da fundação da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro de Xangô, de cujo chão Oxóssi é o dono, e que serviu de modelo a todo o candomblé. A denominação nação queto deve ter se dado já no século XX, quando angariavam grande prestígio e visibilidade dois terreiros que também fazem parte do núcleo de templos fundantes do candomblé: o terreiro do Gantois, dissidente da Casa Branca, e dedicado a Oxóssi, que era o orixá da cidade do Queto, e o terreiro do Alaketu, cuja fundação é atribuída a duas princesas originárias da cidade do Queto, e que também eram do grupo da Barroquinha. A expressão “nação queto” para designar o ramo do candomblé de origem iorubá que se constituiu a partir da linhagem da Casa Branca do Engenho Velho é recente e não era usada antes de 1950. O nome mais comum era nação nagô, ou jeje-nagô. A própria Mãe Aninha, que fundou outro templo dissidente da Casa Branca, o Axé Opô Afonjá, e que, como o próprio nome indica, também é dedicado a Xangô, costumava dizer nos anos 1930: “Minha casa é nagô puro”.
Mas no Rio Grande do Sul, até hoje a expressão “nação Oió”, ou “Oió-ijexá” designa os terreiros de batuque de origem iorubá. A marca de Xangô continua ali muito presente.
Em Pernambuco, a primazia de Xangô acabou por dar nome a toda a religião dos orixás, que naquele e em outros estados do Nordeste é conhecida como xangô.
No Maranhão, dois templos de tradições diferentes disputam o posto de casa fundante do tambor-de-mina: a Casa das Minas, de culto exclusivo aos voduns dos povos fons ou jejes, e a Casa de Nagô, que, como o próprio nome aponta, dedica-se ao culto dos orixás, os deuses nagôs ou iorubás, além de cultuar também voduns e encantados. Ao contrário da Casa das Minas, que não teve terreiros descendentes e hoje se encontra em franco processo de extinção, a Casa de Nagô é a origem de vasta linhagem de terreiros, que se espalharam pelo Maranhão e Pará e chegaram até o Rio de Janeiro e São Paulo, ou mais além. A Casa das Minas de Tóia Jarina, de Diadema, é originária dessa matriz. Pois o patrono da Casa de Nagô não é outro senão Badé, nome pelo qual Xangô é reverenciado nos templos do tambor-de-mina.
Longe daqui, no Caribe, a palavra xangô também dá nome à religião dos orixás praticada em Trinidad-Tobago, nome que também pode ser observado entre populações americanas de origem caribenha na costa Atlântica do sul dos Estados Unidos.
Em Cuba, onde a santeria é tão viva e diversificada como o candomblé brasileiro, são muitos os indícios da supremacia ritual de Xangô. Talvez o mais emblemático seja o fato de que, durante a iniciação ritual, apenas os sacerdotes dedicados a Xangô, segundo a tradição cubana, têm o privilégio sobre todos os demais de receber na cabeça o sangue sacrificial, o que indicaria que o orixá do trovão tem precedência protocolar, e seu tambor é o mais sagrado instrumento musical da santeria.
Onde quer que tenha se formado alguma manifestação americana da religião dos orixás, seja o candomblé, o xangô, o batuque, o tambor-de-mina, a santeria cubana, ou o  xangô caribenho, a memória do orixá Xangô, o obá de Oió, manteve o realce que o orixá do império detinha na África. Como obá, Xangô também era o mais alto magistrado de seu povo, o juiz supremo. Sua relação com o ministério da justiça fez dele, entre os seguidores das religiões dos orixás, o senhor da justiça. Num mundo de tantas injustiças, desigualdades sociais, marginalização, abandono e falta de oportunidades sociais de todo tipo, como este em que vivemos, o orixá da justiça ganhou cada vez maior importância. Seu prestígio foi consolidado. Reiterou-se a posição de Xangô como o grande patrono do candomblé e grande protetor de todo aquele que se sente de algum modo injustiçado.

III: A corte do rei

A importância de Xangô na constituição do candomblé, que é brasileiro, pode ser identificada também quando examinamos as estruturas hierárquicas e a organização dos papéis sacerdotais do candomblé em comparação com o ordenamento dos cargos da própria corte de Oió, a cidade de Xangô. Não há dúvida que as sacerdotisas e sacerdotes que fundaram os primeiros templos de orixá no Brasil tinham grande intimidade com as estruturas de poder que governavam a cidade do Alafim. O candomblé é, de fato, uma espécie de memória em miniatura da cidade africana que o negro perdeu ao ser arrancado de seu solo para ser escravizado no Brasil.
Vejamos alguns dos cargos mais importantes da corte de Oió e sua correspondência com a hierarquia do candomblé de nação nagô.
Basorun – primeiro ministro e presidente do conselho real, que tinha mais poder que o próprio rei, exercendo também a função de regente quando da morte do rei até a ascensão do sucessor. No candomblé é título dado a homem que ajuda na administração do terreiro, um dos membros do corpo de ministros em terreiros dedicados a Xangô.
Alààpínní – chefe do culto de egungum. No Brasil, igualmente alto sacerdote do culto dos ancestrais.
Balògún – chefe militar. No candomblé, cargo masculino de chefia da casa de Ogum. O falecido oluô Agenor Miranda Rocha, foi, por mais de 70 anos, o balogum da Casa Branca do Engenho Velho.
Lágùnnòn – embaixador do rei que tinha como encargo o culto ao orixá Ocô, divindade da agricultura. No candomblé, espécie de ajudante do pai-de-santo na provisão do terreiro.
Akinikú – chefe dos rituais fúnebres. No Brasil, oficial do axexê, que pode ser um babalorixá ou ialorixá ou algum ebômi ou ogã especializado nos ritos mortuários.
Asípa – representante dos governadores das aldeias na corte de Oió e encarregado do culto ao orixá Ogum. No Brasil, dignidade masculina.
Isugbin – corpo de tocadores e musicistas do palácio. No candomblé são chamados alabês, nome que na África era dado aos escarificadores, os que faziam os aberês, as marcas faciais identificadoras da origem.
Ìlàrí – corpo de guardas da corte e de mulheres. Adoradores de Oxóssi e Ossaim, eram também uma espécie de mensageiros e provedores reais. No candomblé, sacerdotes que cuidam da casa de Ossaim.
Èkejì òrìsà – literalmente, a segunda pessoa do orixá, cargo sacerdotal da corte do Alafim, sacerdotisa que não incorpora o orixá, mas que cuida de seus objetos sagrados. No candomblé, equede, todas mulher não-rodante confirmada para cuidar do orixá em transe e de seus pertences rituais. O cargo, elevado na África, deu às equedes posição de relevo também no candomblé, onde têem o grau de senioridade.
Ìyá-nàsó – mãe do culto do Xangô do rei (divindade pessoal). No Brasil, nome de uma das fundadoras do candomblé e título feminino.
Ìyáalémonlé – encarregada de cuidar do assentamento pessoal do rei. Entre nós, quem cuida do assentamento principal do pai-de-santo.
Ìyá-lé-òrí – mãe dos ritos de oferecimento a cabeça do rei, mantém a representação material da cabeça do rei em sua casa. No candomblé preside o bori.
Ìyá mondè ou bàbá – Mulher que cultua os espíritos dos reis mortos. Chamam-na também de Bàbá. O alafim dirige-se a ela como “pai”, pois elas detêm a autoridade do “pai”, como as dirigentes da umbanda brasileira, também chamadas de babá.
Ìyá-le-agbò – prepara os banhos rituais do rei. No candomblé, mulher que cuida dos potes de amassi.
Ìyá-kèré – chefe das mulheres ilaris; é ela quem coroa o rei no ato de sua entronização. A atribuição, mantida, é hoje no candomblé da competência de pais e mães-de-santo que colocam no trono o novo chefe do terreiro nas ocasiões de sucessão.

Muitos outros títulos do candomblé foram tomados de outras cidades e instituições que não a corte de Oió, mas é inescondível a importância da cidade de Xangô na estruturação dos terreiros brasileiros de origem iorubá.  De toda sorte, são variadas as adaptações, muitas vezes esvaziando-se o cargo de suas funções originais.
Com o sentido de reforçar a idéia do terreiro de candomblé como sucedâneo da África distante, para legitimar suas estruturas de mando e valorizar sua origem, cargos de tradição africana são recuperados e adaptados com certa liberdade pelos dirigentes brasileiros. Assim surgiram os obás ou mogbás de Xangô, conselho de doze ministros do culto de Xangô, instituído inicialmente no terreiro Axé Opô Afonjá na década de 1930 por sua fundadora Mãe Aninha Obabií, assessorada pelo babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim, e depois reinstalado nos mais diferentes terreiros que têm Xangô como patrono. Os obás brasileiros de Xangô têm funções diversas daquelas africanas, mas os nomes dos cargos são referência constante à vida político-administrativa dos iorubás antigos. Eles são divididos em ministros da direita, com direito a voto, e ministros da esquerda, sem direito a voto. Cada um deles conta com dois substitutos, o otum e o ossi.
O conjunto dos obás da direita criados por mãe Aninha é constituído dos seguintes cargos: Abíódún (nome que designa aquele nascido no dia da festa); Àre (título que se dá a uma pessoa proeminente da corte); Àrólu (o eleito da cidade); Tèla (nome masculino da realeza de Oió); Odofun (cargo da sociedade Ogboni); Kakanfò (título do general do exército). Os da esquerda são: Onankun (pai oficial do obá de Oió); Aressá (título do obá de Aresá); Eleryin (título do obá de Erin); Oni Koyí (título do obá de Ikoyi); Olugbòn (título do obá de Igbon); e Sòrun (chefe do conselho do rei de Oió). Estes nomes designam hoje postos sacerdotais, dignidades religiosas; na África designavam cargos de homens poderosos que controlavam a sociedade ioruba e suas cidades.
Um rei africano era, antes de mais nada, um guerreiro. Guerras, conquistas, povoamento de novas terras, escravidão, descoberta e renascimento, tudo isso faz parte da história de Xangô, rei e guerreiro, como faz parte das memórias de nossa própria civilização de brasileiros. Mas Xangô é mais que história da África e mais que história do Brasil. Seu duplo machado visa a justiça para cada um dos dois lados que se opõem na contenda, suas pedras-de-raio são o santuário guardião das esperanças de tanta gente que padece em conseqüência das mazelas de nossa sociedade: desemprego, falta de oportunidades, incompreensão e dificuldade no trabalho, escassez de meios de sobrevivência, perseguição e disputas insanas, inveja, complicações legais de toda sorte, e tantas outras coisas ruins. Apelar a Xangô, para o devoto, é buscar alento, realimentar esperanças, prover-se de  forças para a difícil aventura da vida.
Mas no terreiro em festa, sob o roncar frenético dos tambores, a dança de Xangô não é tão somente demonstração de energia e de força marcial,  de cadência e de vitalidade, mas igualmente harmonia, graça e sensualidade. Xangô é duro, mas também se compraz com o bom da vida. O paladar de Xangô lembra as qualidades do bom glutão que não dispensa jamais o prazer da boa mesa, tanto que até nos faz pensar nele como um rei gordo e guloso. Tanto é assim que suas oferendas votivas devem ser sempre servidas em grande quantidade, pois Xangô aprecia que seus súditos comam muito e bem.
Seu prato predileto é o amalá, comida feita à base de quiabo, camarão, pimentas de várias qualidades, e tantos outros condimentos que são verdadeiras iguarias, utilizados pelas filhas-de-santo que muito apreciam e disputam a preparação da comida para os deuses. A comida  servida no terreiro serve também para “reunir gente”, e Xangô é o orixá que mais as acolhe, pois toda corte é repleta de súditos e não seria diferente no terreiro, onde há sempre muita gente, muita dança e muita comida.
Além de orixá comilão, Xangô também é o grande amante e teve muitas mulheres como contam seus mitos. Um deles relata que Xangô era um rei poderoso, um dia apareceu em seu reino um grande animal que devorava a todos, homens, mulheres e crianças. Xangô, acompanhado de suas três mulheres resolveu enfrentar o animal monstruoso. Xangô amava suas esposas, mas amava também todos os homens e mulheres que o acercavam, e nada mais natural do que defendê-los de tal criatura. O ser monstruoso rugia e toda a terra tremia. Xangô não quis soldados para vencer o animal. Xangô lançou chamas de sua boca e derrubou o animal matando-o depois num só golpe com seu oxé. Vitorioso, Xangô cantou e dançou, estava feliz. Dali em diante foi ainda mais amado pelos homens e mulheres de seu povo e por todos aqueles que ouviram falar de seu feito.
No Brasil, o aspecto erótico da representação de Xangô foi muito atenuado em comparação a Cuba, onde seus gestos de dança insinuam relações sexuais e seus objetos de forma fálica enfatizam seu gosto pelo sexo. Mas mesmo entre nós é o orixá de muitas esposas. Tantas mulheres e tantas paixões carnais não reforçam e são a confirmação de que a vida pode ser plena das doçuras e gozos do amor? O que queremos dizer é que Xangô não nos remete tão somente aos aspectos sérios, circunspectos e duros dos compromissos do dia-a-dia, mas nos faz lembrar, sim, o tempo todo, que a vida é muito boa para ser vivida, e por isso mesmo temos que lutar por ela sem descanso. É por essa razão que o fiel sempre pede passagem para o rei,   gritando para o povo reunido em festa: “Deixai passar, deixar passar Sua Majestade”, “Kaô, kaô Kabiessi”.

IV: As qualidades ou avatares de Xangô

Qualidade é o termo usado no candomblé para designar as múltiplas invocações ou avatares dos orixás, assim como no cristianismo, no caso de Nossa Senhora e Jesus Cristo, as qualidades referem-se a cultos específicos do orixá, em que são invocados aspectos diversos da sua biografia mítica, o que inclui as diferentes idades, as suas lutas e aventuras, sua glorificação e deificação etc.
No candomblé, os orixás dividem-se em vários orixás-qualidade, e se se acredita que cada ser humano, que é considerado filho ou descendente mítico do orixá, origina-se de um dos orixás-qualidade. Essas qualidades procuram dar conta do arquétipo de cada orixá, uma vez que se baseiam em mitos, e é por meio do oráculo do jogo de búzios que o pai ou mãe-de-santo determina de qual delas o filho-de-santo se origina.
Vejamos uma descrição de algumas qualidades que são objeto de diferenciação no culto de Xangô na liturgia de alguns terreiros afro-brasileiros.

Agodô
Sincretizado com São Jerônimo em terreiros onde o sincretismo ainda é observado; é aquele que, ao lançar raios e fogo sobre seu próprio reino, o destrói, como contado no mito apresentado neste trabalho. Gente de Agodô é do tipo guerreira, violenta, brutal, imperiosa, aventureira, amante da ordem e da justiça, mesmo que isso implique numa justiça pautada em seu próprio benefício.
Obacossô
Em sua passagem pela cidade de Cossô, Xangô recebe o nome de Obacossô, ou seja, o rei de Cossô. Conta o mito que, depois de passar pela terra dos tapas, Xangô refugiou-se na cidade de Cossô, mas a dor de haver destruído seu povo, levou o rei a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um egum, pediu a Olodumare que o transforme num orixá. Assim Xangô foi feito orixá pelo pedido de sua mulher Iansã. Os filhos de Obacossô são serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos, moralistas.
Jacutá
É o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de Jacutá foi atacado por guerreiros de povos distantes, num dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos tambores. Houve muita correria, muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a montanha seguido de seus conselheiros, donde apreciava o sofrimento de seu povo. Irado, o rei chamou sua mulher Iansã, que, chegando com o vento, levou consigo a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jacutá fora acudido por Iansã, e mais, sua eterna amante deu-lhe, dessa feita, o poder sobre as pedras de raio, o edun-ará. Gente de Jacutá tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros.
Afonjá
Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oió. Nesse avatar Xangô Afonjá é aquele que está sempre em disputa com Ogum. Um dos mitos que relata tal passagem nos conta que Afonjá e Ogum sempre lutaram entre si, ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas eternas mulheres, Oiá, Oxum e Oba. Lutaram desde o começo de tudo e ainda lutam hoje em dia. No entanto, naquele tempo, ninguém vencia Ogum. Ele era ardiloso, desconfiado, jamais dava as costas a um inimigo. Um dia, Afonjá cansado de tanto perder as batalhas para Ogum, convidou-o para ter com ele nas montanhas. Afonjá sempre apelava para a magia quando se sentia ameaçado e não seria diferente daquela vez. Ao chegar no pé da montanha de pedra, Afonjá lançou seu machado oxé de fazer raio e um grande estrondo se ouviu. Ogum não teve tempo de fugir, foi soterrado pelas pedras de Afonjá. Xangô Afonjá venceu Ogum naquele dia e somente naquele dia. Por essas características que o mito mostra, filhos de Afonjá  tem um espírito jovem e sábio, são feiticeiros, libertinos, tirânicos, obstinados, galantes, autoritários, orgulhosos, e adoram uma peleja.
Baru
Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalaôs, descobriu seu pai Oxalá preso no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo.
Airá
Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Xangô que recebe o nome de Airá. Também se acredita que Airá seja um orixá diferente de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Airá como um Xangô branco. Vejamos algumas das subdivisões de Airá.
Airá Intilé
É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Airá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Airá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.
Airá Ibonã
 É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Nessa qualidade, os seguidores de Airá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Airá Osi
É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Os filhos de Airá Osi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais.
São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Airá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
O culto se multiplica, o poder de Xangô se expande. Faces diferentes para outras faces. Diz um oriki:

Òlò áwá la wulú
Olodó òlò odó
Oyá walé ni ilè Irá
Sangò walé ni Kosó.

Senhor do som do trovão
Senhor do pilão
Oiá desaparece na terra de Irá
Xangô desaparece na terra de Cossô

Xangô de Oió, Xangô de Cossô. Da África e das América. Xangô é um e é muitos, mas, como indica o sentimento dos devotos, essa multiplicidade pode ser reunida numa só pessoa: Xangô. É o mesmo que dizer, nas palavras de pai Pércio de Xangô, babalorixá do Ilê Alaketu Axé Airá: É tudo Xangô.